Foi só aos poucos que eu me dei conta: o que diferencia o Colégio Camões dos outros que conheci ao longo de minha carreira não é o poder aquisitivo (que, sim, há, mas também já fui a escolas de igual e maior poder aquisitivo) é a filosofia. Uma filosofia aplicada, que se vê e se respira, que permeia a atitude de estudantes, professores e da equipe de organização do colégio. Não havia apenas trabalhos artísticos feitos pelos alunos, mas uma verdadeira produção artística e criativa, no sentido teatral da palavra, que faz parte do projeto da feira, tanto quanto a Literatura. Havia espaço para a ciência, na sala dedicada à Alquimia (moderna); para a música, em diferentes expressões, para o Cordel (nossa poesia mais brasileira), para palestras, debates, rádio da escola, apresentações de dança, mágica, e entrevista internacional através de vídeo-conferência. Tudo isso só é possível, contudo, porque todo mundo pega junto, e quando eu digo todo mundo, me refiro a professores e alunos, escola e comunidade, crianças e famílias. É inconcebível - e impossível de levar à cabo - projetos como os do Colégio Camões, sem o engajamento direto de todos os envolvidos. Fiquei encantada - ficamos todos os que visitamos a feira, a trabalho ou simplesmente passeando. Fiquei encantada porque vi o reflexo prático daquilo que eu sempre acreditei: uma escola de verdade precisa da comunidade ao seu redor. Precisa dar espaço para a iniciativa, precisa ensinar a ter responsabilidade, precisa saber cobrar e saber ouvir. Mas, acima de tudo, o Colégio Camões, que fechou com chave de ouro a minha maratona paulista, me provou aquilo que às vezes, ao me deparar com a dura realidade de escolas públicas, a gente chega a duvidar: educar é possível. A escola é possível. Mas as pessoas - a sociedade - precisam querer a educação, tratar a educação com a importância que ela tem. Quando uma escola não funciona bem, quando professores não conseguem ensinar e alunos não querem aprender, deveríamos de nos perguntar muito seriamente, a quem interessa um ensino que apenas sobrevive. Não interessa, com certeza, nem a alunos, ou professores, não interessa às famílias e muito menos terá algo de bom para dar à sociedade.
Finalmente, produzi um vídeo com algumas imagens da visita. Confira no http://www.youtube.com/watch?v=MYHfAoLUPbA. Ficou bacaninha, vá lá!
Bate papo |
Sessão de autógrafos com a presença do Othon, um dos autores da escola |
Uma parte da equipe que torna a escola um espaço diferenciado: arte e filosofia em movimento
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Aproveitei para curtir a instalação
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Os leitores de A Máquina Fantabulástica criaram uma verdadeira instalação artística sobre o livro
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Também fiz a contação de histórias de As asas do dragão |
Móbile de origamis: inesquecível |
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