Pensa que acabou? Pois não acabou não! Depois da Escola Anhatenguá, ainda havia uma agenda muito extensa a cumprir. E o próximo compromisso foi a visita à Escola Estadual Bernardo Petry, em Vale Real, uma cidadezinha pequenina, acomodada na subida da Serra, alguns quilômetros depois de Feliz.
Lembro que quando saí de casa fazia um certo frio, Mas, também, o céu prenunciava um daqueles dias perfeitos, de sol, e céu azul. E não deu outra. Ao chegar na escola, apesar da sombra fresca, o casaco já começou a ficar demais. E logo depois, com o calor da recepção, só me restou sentir a alegria se espalhando.
Minha visita à Escola Estadual Bernardo Petry ficou dentro do calendário do projeto Ler a Valer, da Câmara Riograndense do Livro. A escola optou por trabalhar os independentes Um rio pelo meio, Um vulto nas trevas, Contos do Sul, e o livro da Artes e Ofícios aurum Domini - O ouro das Missões. Também foi encomendado o meu mais vendido A Máquina Fantabulástica, mas problemas com a entrega do livro impediram que os trabalhos ficassem prontos à tempo da minha visita. Em outra oportunidade será.
Mais uma vez, tive aquela certeza: escola pública funciona, sim senhor. Apesar dos pesares, que são muitos, que são duros, que chegam a dar vergonha. Eu, como contribuinte, sinto pena ao perceber o quanto as escolas públicas vão sofrendo com o Tempo e a manutenção estreitada pela bur(r)ocracia da máquina do estado. Me dá uma certa vergonha, saber que esse é o espaço que é oferecido às nossas crianças e aos nossos jovens como espaço destinado ao ensino público. Mas, ao mesmo tempo, sinto um orgulho imenso, e uma fé sem tamanho nos professores, nos diretores e nos alunos que, apesar do desconforto, da luta diária pelo básico, não desistem. Eles estão lá, ombro a ombro, mesmo que a gurizada não saiba disso, construindo o futuro do nosso país. Escolas como a Bernardo Petry me levam a crer que mais vale o querer e o fazer, do que as pesquisas que nos assombram todos os anos. Vi, como sempre, trabalhos criativos, pessoas engajadas na educação, gente com vontade de realizar seus projetos o melhor possível, e que por isso mesmo, terminam realizando projetos muito bacanas, que valorizam a união, a criatividade e a capacidade de cada um. Maquetes, resumos, poesias, e até um grande mural reproduzindo a fachada da ruína de São Miguel das Missões, foram apenas uma das coisas que pude apreciar. Houve interação, interesse, atenção, e leitura.
O que precisamos, eu acho, é Fé no que se faz, como o pessoal de Vale Real. O restante virá por força do fazer. E trará consigo, os frutos que tanto almejamos.
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Um dos livros lidos foi Contos do Sul que teve um destaque especial, como sempre,para "A Cisterna" |
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Todos os contos ganharam uma maquete, inclusive "O Farol" |
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A fachada da ruína de São Miguel das Missões, reproduzida pelos alunos |
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O pessoal da Bernardo Petry, participando, atentos, do bate papo |
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