Quando entrei no ônibus para Frederico Westphalen, quarta-feira pela manhã, eu não sabia o que me esperava, fora as horas de viagem. Afinal, são quase 500 km entre Frederico e Novo Hamburgo, atravessando serras e campos cultivados, oito horas de muito sacolejo e paisagens lindas.
Situado no norte do Rio Grande do Sul, à 566 metros de altitude, o município até então só fazia parte do mapa. Mas me cativou com sua alegria e atenção. Inúmeros detalhes da organização me fizeram compreender de saída a importância do evento para a região e a inauguração, na noite de quarta, com a presença de Içami Tiba já deu o tom: o município de Frederico Westphalen realmente se volta para a sua feira do livro, este ano em sua 29ª edição.
A feira preparada para a abertura
Mas, mesmo assim, nada me preparou para surpresa da quinta-feira. Pela manhã fez mais frio do que choveu, mas a quantidade de pessoas reunidas embaixo da lona foi enorme. Precedida pelo show de Beto Hermann, me senti desafiada a manter a alegria e o alto astral da criançada, que transformava a feira em uma festa. Resolvi improvisar, chamando ao palco alguns "ajudantes" para contar um dos episódios de minha infância e foi muito legal. Quando abrimos para perguntas, as mesmas fora inteligentes, preparadas e interessadas. Também pudera: as crianças leram e os inúmeros trabalhos feitos e expostos na praça, entre desenhos cartazes e maquetes, demonstraram que As asas do dragão e Um rio pelo meio chegaram aos corações de seus leitores.
A consagração, porém, chegou à tarde. Debaixo de uma chuvarada imensa, a platéia sob a lona lotou. Foi uma alegria sem tamanho poder ver tanta gente que curtiu as minhas histórias. Porque, afinal de contas, é para isso que eu escrevo, para poder compartilhar com os outros os meus sonhos, minha imaginação.
O público da tarde lotou a sessão
Para terminar o encontro, o professor Danilo André, o "Bombom", que fazia o papel de mestre de cerimônias, organizou uma homenagem muito emocionante: com uma corda dupla, entremeada de nós. Para fazer a corda funcionar como ponte, chamou as pessoas para virem ajudar. Vieram professores, alunos maiores e até uma fotógrafa e repórter ajudaram. Cada pessoa pegou em uma parte da corda, formando uma ponte! Finalmente vieram as crianças e de mãos dadas, as ajudamos a passar por cima da corda, numa alegoria perfeita a Um rio pelo meio. E por último, também eu fui chamada para atravessar a passagem. Foi simplesmente demais! O coração bateu como um louco! Sensacional!
Como se não bastasse, a cidade ainda me ofereceu a oportunidade de conversar com Paula Mastroberti, escritora e artista plástica, que veio para a cidade na quinta-feira, para poder conversar com o pessoal na sexta-feira. Foi ótimo compartilhar o jantar e o passeio à pé pelo centro de Frederico, trocando ideias e histórias.
A 29ª Feira do Livro de Frederico Westphalen estava estupenda.Valeu cada centímetro dos 492 km de viagem.
E para quem gostaria de ver mais fotos da praça, do centro e da catedral de Frederico Westphalen, acesse o Flickr, clicando aqui e dê uma espiada nas outras fotos.
Sessão da tarde
Chin-mo-lio também se fez presente
Pura alegria
Uma das maquetes confeccionadas pelos alunos de Frederico Wesphalen,
integrando obra e realidade, bem ao gosto da Feira
No palco, com meus "ajudantes"
Professoras do município na hora dos autógrafos
Leitores e autógrafos
Outro ângulo da maquete de "Um rio pelo meio"
A ponte de corda: sobre ela, vê-se uma das crianças, passando
Outro ângulo da ponte de corda. Emocionante!
Na minha vez a lição maior: ninguém faz nada sozinho.
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