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domingo, 6 de novembro de 2011

29ª Feira Regional do Livro de Novo Hamburgo - simplesmente inesquecível!

Eu e Arno Kayser, patrono da Feira

Existem festas que marcam e deixam saudades. Por exemplo, eu lembro de um evento organizado na Praça 20, há muitos anos atrás, para denunciar a situação lamentável em que se encontrava o Rio dos Sinos. Era organizado pelo Movimento Roessler. Eu não lembro mais o nome do evento, mas recordo das instalações feitas na praça com o lixo recolhido do rio. Lembro da polêmica exposição de Flávio Scholles, que escandalizou e fez refletir sobre ecologia e arte. Lembro das pessoas reunidas, cantando, dançando, trafegando, discutindo ecologia, arte, poesia. É como um sonho bom, um sonho que fica, muito depois que a gente acorda.

O público veio conferir as atrações da Feira


Pois ouso dizer que a 29ª Feira Regional do Livro de Novo Hamburgo foi um desses eventos. Coincidência ou não - dizem os esotéricos que não há coincidências - o patrono do evento foi Arno Kayser, que lá nos idos dos anos 80, já fazia parte daquele mesmo Movimento Roessler que ousou denunciar com arte e atitude. Talvez seja que o Arno está ligado a esses eventos que se perpetuam na memória, que viram lembrança, que imitam o sonho.


Rodolfo em ação durante uma Fornada Literária


Eu sei que sou suspeita de falar, mas não sou só eu que anda dizendo que a feira de 2011 foi a melhor feira do livro que Novo Hamburgo já viu. Foram muitos momentos marcantes, um bom palco montado no lugar certo e recebendo visitas ilustres, conhecidas, desconhecidas, que se fizeram ver, ouvir e tocar. Falou-se de literatura, ouviu-se música, cantamos, lemos, e curtimos. Estava lá o Paulo Stürmer encarnando o Rodolfo Habichuela, personagem criado especialmente para o evento, para encantar a criançada e a criança dentro dos adultos.  Mas não foi apenas isso que tornou essa feira, especial.

A Bruxa Filó e eu: livros e sonhos 

O melhor dela foi a organização, a preocupação com o detalhe, uma produção esmerada que inteligentemente que colocou o livro no centro dos acontecimentos. O livro na forma de objeto e na forma de ideia, de pensamento. O livro enquanto papel e tinta e enquanto sonho.

 
Da esquerda para a direita:  eu, Rodolfo Habichuela (Paulo Stürmer) o forno das Fornadas Literárias, Joel Nunes, o desenhista que criou o layout do Rodolfo e da Feira, Marquinhos MQP, que criou o forno com a ajuda do seu pai (uma história bem bonita, que ameaça virar aventura do Rodolfo) e Ralf Cardoso, da Um Cultural.


Sou suspeita de falar, eu dizia: Rodolfo é meu personagem. Mas ele não teria saído do papel para figurar na praça e no abraço de tantos que tiraram foto com ele se não fosse os cuidadosos planejamento e realização da equipe que produziu a Feira, a equipe da Um Cultural. A Secult disse presente, os patrocinadores e apoiadores disseram presente, os livreiros disseram presente, mas mais importante, o público foi ver. Foram ver o Borguetinho, o Arnaldo Antunes, o Hique Gomes, o André Neves, que no início da semana foi galardoado com o Prêmio Jabuti, na categoria Livro Infantil. Foram ouvir o Henrique Schneider lendo seus textos, foram ouvir os grupos do happy hour.
  
Léia Cassol, Marô Barbieri e eu. Pelestrantes queridas e muito especiais

Por falar em autor infantil, muita gente achou que havia um excesso de apelo sobre os livros infantis nas bancas e é verdade. O livro infantil é mais colorido e bonito, chama mais atenção. E como ainda existe uma mentalidade de que Feira do Livro é sinônimo de evento escolar, muitos livreiros preferem acreditar o apelo comercial fácil. Mas havia livros para adultos também, bastava pedir, ou mesmo procurar nas bancas. Porque, afinal de contas, isso é uma feira, uma oportunidade de a gente ficar fuçando em busca do livro aguardado.

Um dos horários de palestra

Porém, não creia que tudo se resolveu neste 2011. Vários projetos ficaram para atrás e espero que no ano que vem eles possam, finalmente, ser realizados. Senti falta da presença dos autores independentes, que tinham uma banca reservada para eles, mas que estava sempre vazia. Talvez eles preferissem ficar circulando entre o público, como tantos que vi por lá. Também sigo sentindo falta da presença da Feevale e do Jornal NH. Não teremos uma feira completa enquanto estas duas entidades não estiverem tão presentes quanto os demais estiveram.

Show do Borguetinho

Mas quem foi, viu. Nos reunimos, cantamos, lemos, ouvimos histórias e poesias. Enfim, deixo vocês com as imagens. Só um reflexo pálido da vivacidade que elas adquirem na minha memória. Mas aproveitem com carinho: não é todo o dia que a gente pode contemplar um sonho.  Um sonho bom, um sonho que fica, muito depois que a gente acorda.

Banda alemã que trouxe jazz para a praça

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