No dia 23 de abril aconteceu a Maratona do Livro, organizada pelo IEL, em companhia da AGEs. Fui convidada para participar aqui em Novo Hamburgo. Dê uma olhada de como foi o meu encontro e depois confira o depoimento dos outros autores clicando AQUI.
"Ontem, dia 23 foi um dia especial. E não porque fosse o “Dia do Livro”. Sou meio ruim em datas e para quem é doida por livros, como eu, todos os dias são “dia do livro”. Mas nem sempre eu posso falar dessa paixão com tanta liberdade e tempo quanto foi ontem e foi isso o que tornou esse momento especial.
Saber que existem pessoas que acreditam tanto na força do livro, também fez deste dia 23 um dia diferente. Em meio a tanta violência, tanta incompreensão, tanto desamor, tanta coisa virtual e descartável, fútil e descartável, volátil e descartável, saber que existem pessoas que fazem questão de ter um espaço para algo que vai na contramão dessa realidade, como é o livro, me dá sempre uma sensação de amparo e conforto. A gente pensa que vai dar certo; que vai dar para fazer. Vai dar para construir uma sociedade mais justa, uma realidade mais humana, um futuro mais possível.
O espaço da Biblioteca Comunitária Érico Veríssimo, bairro Santo Afonso em Novo Hamburgo, uma das tantas tentativas de tornar nosso cotidiano menos assustador, e a que chamamos de “Território da Paz”, é enxuto, mas real e realizado. São dois salões, um para os encontros das pessoas, outro com as estantes cheias de livros. A maior parte deles são usados, livros que vieram de outros lugares e, sobretudo, de outros tempos. Foi rigorosamente limpo e arrumado, como a casa de uma pessoa que se prepara para receber visitas muito queridas. E as visitas muito queridas fomos nós: escritora e leitores. No fundo, todos leitores, na verdade, que o escritor é só uma versão um pouco diferente do leitor comum. Estiveram presentes o Secretário Municipal de Cultura, Carlos Mossman, a presidente da Academia Literária do Vale do Sinos, Renate Gigel, pessoas ligadas à Semec, à cultura, à mídia, e à leitura. Estavam professores e alunos de duas escolas da região, A EMEF Harry Roth e a EMEF Caldas Júnior. Conversamos sobre livros. Sobre como se faz um livro. Como se produz um livro. Porque se escreve. Quem somos nós, escritores, leitores, sujeitos do mundo - e as horas passaram voando e a gente nem percebeu. Bom, eu não percebi. E tenho certeza de que muitas crianças também. Foi muito legal. Foi como reencontrar velhos amigos, só eram todos novos.
E quando saí para o dia ensolarado, ficou a confiança de sempre: a de que toda biblioteca é um território de paz. Um valente e desafiador território de paz. A História prova que o livro resiste ao tempo e aos desafios do cotidiano. O conhecimento resiste. A sabedoria resiste. O sonho resiste. Talvez essa seja uma confiança meio fantasiosa, mas o que mais se pode pedir para uma pessoa que vive imaginando histórias?"
A biblioteca, organizada para o encontro |
Houve até sessão de autógrafos |
O Secretário de Cultura de Novo Hamburgo também
compareceu ao evento
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O pessoal que cuida da Biblioteca Comunitária Érico Veríssimo |
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