Aposto que você vai perguntar a mesma coisa que todo mundo me pergunta
(a menos que seja de lá). E que foi o que me perguntei, também: Cerro
Branco? Onde é isso? Pois Cerro Branco fica na região de Candelária. É
uma pacatíssima cidade, pequena, limpa e muito simpática, há pouco mais
de 50 km de Santa Cruz.
Se você entrar no Google Earth, vai encontrar algumas imagens do lugar,
sobretudo dos arredores. O que você não vai encontrar, porque não dá
para fotografar, é a simpatia com que as pessoas te recebem e a atenção
que elas te darão. Não estará lá a tranquilidade invejável para quem
vive em uma cidade um pouco maior, o silêncio, os passarinhos no meio da
estrada depois que passa o caminhão carregando arroz, espertos que são.
Então, aqui na Porteira da Fantasia, eu trago um pouco de Cerro Branco
para vocês: um pouco do patrimônio histórico, um pouco da fé na
Literatura (a cidade, de apenas 4.500 habitantes, mantém uma Biblioteca
Pública moderna e iluminada), um pouco do cenário natural inestimável
que cerca a planície onde ela se abriga. Trago para vocês um pouco dos
inúmeros trabalhos realizados pelos alunos: A Máquina Fantabulástica,
A Estrela de Iemanjá, e aurum Domini - O ouro das
Missões, foram alguns dos livros lidos e trabalhados pelos alunos do
Colégio Estadual de Cerro Branco. As inúmeras falas que tive, me
marcaram pela atenção dos alunos, pela timidez e pela valorização das
minhas simples palavras: mais de um aluno assistiu, por conta própria,
há duas das palestras (uma com sua turma e outra por pura vontade).
Ganhei livros confeccionados por alunos e um garoto veio à noite pegar
meu autógrafo e me contar que já estava no terceiro capítulo da sua
história (espero que a essa altura já tenha terminado, porque eu quero
ler!), de tão entusiasmado que ficou com a visita. E por toda a cidade,
as pessoas me cumprimentavam, curiosidade estampada nos olhos, atenção e
alegria. Mas não pense que a escola trabalhou apenas os meus livros: na
Feira Multicultural, vi trabalhos sobre Moby Dick (Herman
Melville), A Queda da Casa de Usher (Edgar Allan Poe) e o
divertidíssimo A Vaca Voadora (Edy Lima). Havia discussões
contemporâneas sobre temas pertinentes à adolescência atual. E havia
dezenas e dezenas de trabalhos da área de artes, enfocando Di
Cavalcanti, Anita Malfati, Picasso.
E às vezes a gente encontra cidades vinte vezes maiores que dizem que
não dá para fazer... É claro que dá: desde que a comunidade queira,
desde que as famílias apoiem, desde que exista interesse.
Foi a primeira vez que Cerro Branco participou do programa Autor
Presente, do Instituto Estadual do Livro, e me sinto orgulhosíssima de
ter sido a escolhida para estar lá. Espero que tenha sido a primeira de
muitas participações! Valeu a pena!
 |
Miniaturas dos orixás do livro |
 |
Uma das sessões de bate papo. Salão lotado |
 |
Os alunos reproduziram a capa de "A Estrela de Iemanjá" com
estátuas vivas |
 |
Com a diretora do Colégio, na abertura da Feira |
 |
Com a professora da área de artes. Excelentes trabalhos |
 |
Na chegada à escola, a festa já estava preparada |
 |
O prédio onde morava Joaquim, de "A Máquina Fantabulástica" |
 |
A produção textual dos alunos incluiu leitura crítica de "A Estrela de Iemanjá" |
 |
Alguns dos trabalhos da mostra |
Nenhum comentário:
Postar um comentário