Oi! Bem-vindo ao Diário de Viagem - Porteira da Fantasia. Este blogue tem como objetivo tornar permanentemente disponíveis os textos da Agenda do site www.porteiradafantasia.com, bem como as fotos das visitas que realizo ao longo do ano. Obrigada pela sua visita.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Pouco menos do que uma festa!

A última visita "oficial" do primeiro semestre, já foi no segundo. No último dia 18 de jullho, estive na EMEF Primavera, de Dois Irmãos, para conversar com os leitores de Um vulto nas trevas e Contos do Sul. Foi sensacional conversar com as turmas e perceber que desta vez a Literatura não ficou apenas na sala de aula, mas os tirou de lá e os levou para o mundo, para o encontro com o outro: uma das turmas de leitores de Um vulto nas trevas fez uma visita a um asilo de idosos, levando para muito além, a ideia de comunhão entre as idades. Foi sensacional pensar que um livro que eu tenha escrito proporcionou essa experiência de vida que, com toda a certeza, esses adolescentes levarão por toda a vida.
Também foi ótimo confraternizar com o corpo docente da escola, uma equipe e tanto, capaz de criar junto com os alunos e acolher as iniciativas deles. Daí que a gente se sente num clima de dever cumprido e de quase festa - e, afinal, para eles é quase férias. O carinho de alunos e professores foi capaz de tornar a visita um fecho de ouro para o semestre, o brilho nos olhos da pessoas revelando a importância que eles dão à presença do autor na sala de aula, autor que vira aluno de novo, a cada bate-papo.
Foi muito legal conferir os inúmeros trabalhos, incluindo as instalações feitas na escola, como a Casa Assombrada, e o Túnel das Sensações, criado a partir da história "O mundo de Lilica", de Carlos Steigleder, que também esteve presente, no mesmo dia. Parabéns, pessoal!

Imagens de alguns dos muitos trabalhos executados pelos alunos...

 Pena que não dá para colocar tudo...
... estava simplesmente sensacional

Algumas das turmas do bate papo da manhã 

Algumas das turmas do bate papo da manhã 

A escola preparou paineis sobra a minha obra 

Imagens de um dia nota 10! Acima, à esquerda, a professora e 
as alunas que nos receberam no Túnel das Sensações. 
Acima à direita, com Kátia, que tem a ambição de se tornar escritora.
Abaixo, à direita, com o corpo docente da escola e o autor Carlos Steigleder.
 Nas restantes, imagens com os leitores, na hora dos autógrafos: 
muita descontração e carinho para dar e vender!

Velhas sementes, novos frutos

A coisa mais maravilhosa - e assustadora - do mundo da Literatura, é que nada, de fato, se perde no Tempo. De vez em quando as coisas são resgatadas de muito longe, graças ao carinho e a atenção dos leitores.
Esse foi o caso de um conto chamado "A Assombração", editado no caderno Popinha do Jornal NH há... bem, nem sei quantos anos. Muitos. Era a época em que eu e Ariadne Decker trabalhávamos juntas para fechar o caderninho infantil, tentando levar para os leitores brincadeira, informação e leitura. Naquela época, eu lembro, fizemos uma série de suplementos voltados para as cidades da região. No número dedicado à Ivoti, então, eu trouxe a velha lenda do Teufesloch, o "Buraco do Diabo", localidade hoje conhecida como Feitoria Nova.
Agora, a Sociedade Ivotiense de Estudos Humanísticos - a SIEHU - entidade que trabalha no resgate de sua memória, editou o livro "Dramas, Comédias e Tragédias nas Picadas de Bom Jardim/ Ivoti", livro que reúne contos sobre a história informal da cidade, belamente ilustrado com obras do artista plástico Flávio Scholles e fotos. Apesar de eu não morar em Ivoti, Andréa Cristina Baum Schneck, uma das organizadoras, me convidou para participar da publicação com o conto da Popinha. O livro foi lançado em uma solenidade, no último dia 16 de julho. Foi uma tremenda honra e uma grande satisfação fazer parte do grupo de autores que encheu as páginas do livro com histórias do tempo dos nosso avôs, mantendo viva a memória da cidade.

A solenidade contou com a presença do prefeito municipal de Ivoti, sr. Arnaldo Kney

Pegando o meu atógrafo com Roque Amadeu Kreutz,  outro organizador da coletânea

Aí estamos, os autores dos textos de "Dramas, Comédias e Tragédias"

A hora e a vez de Padrão 20

Ups! Atrasadésima na atualização da página, chego assim mesmo para falar sobre a sessão de autógrafos de Padrão 20 - A ameaça do Espaço-Tempo, editado pela BesouroBox, de Porto Alegre. O livro já estava circulando desde a Odisseia de Literatura Fantástica, em abril, mas por contingências, apenas agora foi possível realizar um lançamento adequado para a obra. O evento foi muito legal, realizado numa noite gelada, na Cultural Store, a livraria localizada no Campus II da Feevale, no dia 18 de junho. Tive direito a ter uma companhia de luxo: além dos amigos que foram lá me dar um abraço e pegar a sua dedicatória, estiveram presentes Marko Petek, portoalegrense mestre em Ciências da Computação, que trabalhou no CERN de 2009 a 2013, e Gilson Luis da Cunha, professor da universidade e colunista do ABC Domingo. O Gilson é o único cara que eu conheço que mantém em um jornal uma coluna totalmente nerd. Assim que, colocar os dois frente a frente para bater um papo, foi realmente sensacional e eu agradeço a ambos com muita ênfase. Também contamos com a presença das queridas representantes da editora, que tiveram uma autêntica aventura antes de chegar à universidade, por conta da falta de sinalização adequada na BR 116. Valha-me Deus, neste país se faz sinalização única e exclusivamente para quem já conhece o caminho. Os outros que se virem com o GPS, se tiverem e se ele funcionar (o meu é uma desgraça).
De mais, o encontro foi o que vocês já sabem: um momento descontraído para falar com conhecidos e desconhecidos sobre a história de Maria do Céu e Shiaka, os dois protagonistas da aventura eletrizante que é o Padrão 20. O lançamento valeu, inclusive, um voto de congratulações, por parte da Câmara Municipal de Vereadores de Novo Hamburgo, homenagem requerida pelo Vereador Raul Cassel. A todos os que me apoiaram e estão ao meu lado nesta caminhada feita de palavras, o meu reconhecimento e o meu "muito obrigada". De coração!
E agora, é só conferir algumas das fotos da noite. Valeu pessoal!

A mesa redonda com Marko Petek e Gilson Luís da Cunha

Com Henrique Schneider, escritor

Com Márcia Copetti

Com a equipe da BesouroBox

O pessoal da Malma Cia. de Dança se fez presente

Luau Literário

Foi à noite, ao sabor do Outono que se infiltra entre os ramos das árvores, soprado de leve pela brisa do vale. Bem ali, onde a BR 116 faz uma curva, depois de ter deixado para trás o núcleo urbano de Morro Reuter, perto de um antigo "secos-e-molhados", e ao lado de uma igreja.
A Escola Muncipal Francisco Weiler, onde fica a Biblioteca André Neves, organiza, uma vez por ano, o Luau Literário, durante o qual a criançada mostra à comunidade o trabalho desenvolvido nos primeiros meses do ano.
E lá estavam os meus personagens prediletos, as fadas, os piratas, as bruxas, as bailarinas, todo mundo, vestindo a pele de uma turma linda e interessada em Literatura e alegria. Foi uma festa para os olhos e para o espírito ver tanta gente engajada no fazer literário que vai além das páginas do livro: vai para o palco, para os corredores das escolas, para a casa das pessoas e, enfim, a vida delas. A escola inteira, incluindo professores, subiu em cena e deu seu recado. Foi lindo de ver e foi emocionante, depois, de poder dizer aos pais presentes - porque, sim, as famílias estiveram lá, com o seu chimarrão para espantar o frio e a certeza de que a vida é bem mais do que uma tela plana e brilhante que nos diz o que fazer. A valorização da criança e da escola, só se dá verdadeiramente, se a família avaliza o resultado. E as famílias estavam lá, a despeito de ser noite, e a despeito do frescor da noite.
Quando fomos embora, pude ver os grupos de visitantes caminhando ao lado da estrada, como personagens de um sonho. Será que a gente não é isso mesmo, um sonho, uma história contada por alguém, em algum lugar? Confira as fotos e me digam que não foi de arrepiar!

Teve muita música e dança...

...muita mágica...

...aventura...
...e mistério...
...num clima de suspense.

Tudo a cargo de uma equipe de professores muito engajada.

Maratona Literária

No dia 23 de abril aconteceu a Maratona do Livro, organizada pelo IEL, em companhia da AGEs. Fui convidada para participar aqui em Novo Hamburgo. Dê uma olhada de como foi o meu encontro e depois confira o depoimento dos outros autores clicando AQUI.

"Ontem, dia 23 foi um dia especial. E não porque fosse o “Dia do Livro”. Sou meio ruim em datas e para quem é doida por livros, como eu, todos os dias são “dia do livro”. Mas nem sempre eu posso falar dessa paixão com tanta liberdade e tempo quanto foi ontem e foi isso o que tornou esse momento especial.
Saber que existem pessoas que acreditam tanto na força do livro, também fez deste dia 23 um dia diferente. Em meio a tanta violência, tanta incompreensão, tanto desamor, tanta coisa virtual e descartável, fútil e descartável, volátil e descartável, saber que existem pessoas que fazem questão de ter um espaço para algo que vai na contramão dessa realidade, como é o livro, me dá sempre uma sensação de amparo e conforto. A gente pensa que vai dar certo; que vai dar para fazer. Vai dar para construir uma sociedade mais justa, uma realidade mais humana, um futuro mais possível.
O espaço da Biblioteca Comunitária Érico Veríssimo, bairro Santo Afonso em Novo Hamburgo, uma das tantas tentativas de tornar nosso cotidiano menos assustador, e a que chamamos de “Território da Paz”, é enxuto, mas real e realizado. São dois salões, um para os encontros das pessoas, outro com as estantes cheias de livros. A maior parte deles são usados, livros que vieram de outros lugares e, sobretudo, de outros tempos. Foi rigorosamente limpo e arrumado, como a casa de uma pessoa que se prepara para receber visitas muito queridas. E as visitas muito queridas fomos nós: escritora e leitores. No fundo, todos leitores, na verdade, que o escritor é só uma versão um pouco diferente do leitor comum. Estiveram presentes o Secretário Municipal de Cultura, Carlos Mossman, a presidente da Academia Literária do Vale do Sinos, Renate Gigel, pessoas ligadas à Semec, à cultura, à mídia, e à leitura. Estavam professores e alunos de duas escolas da região, A EMEF Harry Roth e a EMEF Caldas Júnior. Conversamos sobre livros. Sobre como se faz um livro. Como se produz um livro. Porque se escreve. Quem somos nós, escritores, leitores, sujeitos do mundo - e as horas passaram voando e a gente nem percebeu. Bom, eu não percebi. E tenho certeza de que muitas crianças também. Foi muito legal. Foi como reencontrar velhos amigos, só eram todos novos.
E quando saí para o dia ensolarado, ficou a confiança de sempre: a de que toda biblioteca é um território de paz. Um valente e desafiador território de paz. A História prova que o livro resiste ao tempo e aos desafios do cotidiano. O conhecimento resiste. A sabedoria resiste. O sonho resiste. Talvez essa seja uma confiança meio fantasiosa, mas o que mais se pode pedir para uma pessoa que vive imaginando histórias?"

A biblioteca, organizada para o encontro

Houve até sessão de autógrafos

Secretário de Cultura de Novo Hamburgo também
compareceu ao evento

O pessoal que cuida da Biblioteca Comunitária Érico Veríssimo

Todos os clãs

Rolou de tudo na IIIª Odisseia de Literatura Fantástica: palestra, bate papo, tititi, fofoca, amizade, muita festa. Até livro teve, conversa sobre cinema, discussão séria em torno da Literatura de todas as idades. Aliás, eu achei que essa foi uma tônica do encontro: não ouvi o chororó costumeiro "ninguém gosta da gente". Ouvi gente discutindo Literatura. Programas de leitura. Qualidade gráfica. Papo de quem cresceu muito de 2012 para cá.


O evento, que começou na sexta-feira dia 11 com o dia das escolas, do qual participei ao lado de Felipe Castilho, autor de "Ouro, Fogo e Megabytes". O encontro reuniu, ao longo de três dias, centenas (milhares? Não sei, ainda não temos uma estimativa oficial) de pessoas que gostam de ler, escrever, ver e ouvir sobre livros e filmes de cunho Fantástico. A feira de livros do evento cresceu de maneira expressiva desde a primeira edição. E se na primeira Odisseia (em 2012) acontecia uma palestra de cada vez, este ano havia duas rolando ao mesmo tempo: pura contraprogramação. A gente não sabia para onde ir. Até eu fiz parte da contraprogramação no sábado, numa mesa redonda com Nikelen Witter e Ana Lúcia Merege, sobre Literatura Infanto-Juvenil. Ao mesmo tempo, logo ao lado e embaixo, acontecia uma conversa sobre o programa Mochila Literária

Houve um excelente palestra com o Tabajara Ruas, na noite de sexta-feira. O Tabajara é mais conhecido por suas histórias sobre a revolução farroupilha e seu trabalho no cinema, mas depois de falar de maneira apaixonada sobre a vida de H.P.Lovecraft, ele comentou que tem alguns livros no gênero Fantástico. Para garantir a leitura, é claro, na manhã seguinte fui procurar "Fascínio" e "A região submersa", que encontrei. Amo Porto Alegre por essas coisas. A Porto Alegre dos livros, do primeiro amor da minha vida, das coisas acontecendo ao mesmo tempo. Das segundas chances. Dos sebos. Da vida.
O lançamento de O Coração de Jade foi meio às escuras, reconheço, mas o livro ficou por lá o tempo todo. É sério, o "às escuras"! O Memorial do Rio Grande do Sul, este ano, reservou o térreo para a Odisseia. O térreo do antigo Correios da Praça da Alfândega é um labirinto fácil de corredores largos e baixos, e dois salões de pé direito muito alto, iluminado por amplas clarabóias que os fecham à altura do segundo andar. Gosto muito do térreo com suas obras de arte nas paredes. Só que... por razões que a minha razão desconhece oficialmente, não havia ar condicionado, e no recanto onde estava a mesa dos independentes não havia luz elétrica, a não ser a da clarabóia lá no alto. Quando o sol desaparecia por trás do Guaíba e o crepúsculo tomava conta... as sombras esgueiravam-se de seus redutos embaixo das velhas escadas de ferro, do poço do elevador, e se acolheravam no saguão onde os livreiros se entreolhavam meio ressabiados. Em evento de Literatura Fantástica, nunca se sabe se o colega de em frente não vai saltar subitamente sobre a mesa e uivar, ou se o visitante não vai exibir, inesperadamente, um par de caninos afiados e brancos em um sorriso muito vermelho em um rosto excessivamente pálido.



Assim que, lá pelas seis horas, o saguão onde estávamos ficava sombrio. Escuro. Quente e abafado. A gente olhava para o corredor ao lado, iluminado com as luzes indiretas, com uma certa inveja. E daí que no segundo dia, quando o Bando Celta começou a tocar e as meninas organizaram uma roda para dançar, eu pensei... é como se estivéssemos em uma das antigas cavernas cheia de desenhos nas paredes. E lembrei imediatamente dos bisontes da Cueva de Altamira, das Vênus Paleolíticas, do Xamã de Les Trois Frères, das danças de roda sagradas: ali estavam todos clãs da tribo do Fantástico, dos feiticeiros aos cientistas, todos os contadores de histórias dançando, cantando, batendo palmas. Fomos e viemos e como numa dança circular, passamos pelo mesmo ponto, mas mais adiante no Tempo, como numa espiral.  Na última tarde, também fui para a roda. A pele dos braços arrepiava cada vez que a gente abria e fechava o círculo para deixar alguém entrar. Pelume sentiu-se em casa. E eu também.
           Será, César, Duda, Christopher, Nikelen e Cristian, será que vocês têm noção real do que foi? Noção que não se tira dos números (estes são para quem não estava lá, para quem não foi e que vai se contentar com o algarismo, essa invenção da modernidade para dimensionar o palpável), mas das sensações, das lembranças e da alegria? Não sei. Mas sei que fomos, por um momento, tão velhos quanto os contadores de histórias das tribos paleolíticas e tão jovens quanto as crianças do futuro, que ainda irão ouvir falar dessas tardes especiais, onde histórias foram imaginadas, contadas, trocadas e transformadas.
Quando os clãs se reúnem, sempre fica um sabor de comunhão.


Como se fosse a minha casa

Quando fechamos a visita, eu me preocupei. Afinal, estava sendo confirmada a minha visita à sete turmas que ainda não tinham lido A Máquina Fantabulástica. A visita foi combinada para acontecer durante a feira do livro da escola, e coincidir com a compra dos volumes pelos alunos. E sempre que acontece de eu visitar turmas que ainda não leram o livro escolhido, fico preocupada. Acho que vai ser complicado.
Só achei.
É que eu não tinha me dado conta: o Colégio Anchieta é de educação jesuíta. E por muitas razões, estar em território jesuíta para mim me dá uma paz e uma tranquilidade muito grande. É como estar em casa. E não poderia ser diferente: coincidiu, se é que existem coincidências, que justamente no dia da minha visita, a Santa Sé, em Roma, anunciava a canonização do Padre José de Anchieta. Então, não era só estar em casa, mas estar em uma casa em festa dupla: por causa da canonização deste que agora é o primeiro santo brasileiro (pelo menos oficial, porque popularmente temos muitos mais) e por causa da XV Semana Literária. E mal pisei no prédio onde ia ser o bate papo, vislumbrei, na entrada do pequeno mas excelente museu de História Natural da escola, que fica justamente no corredor da entrada do salão, uma enorme harpia, chamando a atenção, convidando e recepcionando os visitantes. Aí sim eu relaxei. Foi como se a escola inteira me dissesse um grande "olá".
O "bem vinda" ficou por conta da criançada que me sabatinou sobre minha carreira e A Máquina Fantabulástica, sob a promessa de não revelar spoilers - o que sempre é difícil. Foram três encontros muito bacanas, com 4º anos super interessados, composto por alunos-leitores que fazem do livro um dos seus amigos. Me chamou a atenção a disciplina e a ordem, o interesse, a curiosidade e o carinho das crianças que, depois do bate-papo ainda davam uma "fugidinha" para conversar comigo mais de perto e ter respondidas suas últimas perguntas. Saí da lá muito feliz. Se 2014 for regido por essa visita intensa e deliciosa, será um ano cheio de trabalho e de muita alegria.
Tomara! Obrigada pessoal!

Bate papo na sessão da tarde

Respondendo às perguntas

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Maratona Leituração

Por essa eu não esperava: o projeto que fechou 2013 foi o Projeto Leituração, da Secretaria Municipal de Educação de São Leopoldo, organizado pela professora Juraci Moehlecke. A professora me convidou para fazer parte do rol de escritores do projeto, ao lado de nomes como André Neves, Wagner Costa, Walmor Santos, Dilan Camargo e Kalunga, depois de assistir a uma apresentação minha em um dos eventos que festejou os 10 anos do projeto Ler, outro belo projeto de incentivo à leitura, coordenado pela Feevale, e contando com a Faccat e o Grupo Editorial Sinos na confecção dos fascículos. Assim com o Ler, o Leituração tem como principal meta fomentar a leitura nas escolas, através do acesso gratuito aos livros e, posteriormente, um bate-papo entre leitores e escritores. Assim, me vi envolvida nesse trabalho que incluiu um encontro exclusivo com os professores da rede e, também, uma palestra na Feira do Livro de São Leopoldo.
Participar do Leituração foi muito muito especial, porque me levou a uma verdadeira maratona de visitas. No primeiro dia de encontro com os alunos, visitei nada menos do que quatro escolas e no último (mais "light") duas! Fiquei meio atontada com tanta pergunta, mas perfeitamente à vontade com todo o carinho, atenção e preparo nos encontros. Eu gostaria, mais uma vez, de poder colocar aqui todos os trabalhos que vi e fotografei, mas, infelizmente, a página ficaria muito pesada para baixar. Foram centenas de tarefas, cartazes, miniaturas, maquetes, releituras de texto, o que envolveu leitura e reflexão, tudo com muita criatividade para expressar o que os leitores sentiram ao mergulhar nas páginas de A CasaUm vulto nas trevasUm rio pelo meioA Máquina Fantabulástica  e, o que deu, para mim, o toque especial, a leitura de O Nalladigua. Teve escola que fez mais do que trabalho, fez autênticas superproduções! Sente só:



Essas imagens, logicamente, são apenas uma parte minúscula do imenso trabalho realizado nas escolas. Foram centenas de leitores que me devolveram em forma de carinho, cada palavra lida.  E, mais uma vez, a imagem é pequena demais. Eu gostaria de por aqui todos os retratos, todos os abraços, todos os beijos e todas as perguntas, inclusive as atrevidas e cabeludas... mas a infinitude da internet é uma ilusão, como sabe todo o usuário da rede.


Verdade seja dita, nem todas as visitas foram como seda. Houve alguma que calou fundo ao expor de maneira muito clara as difíceis condições que a Educação encontra para acontecer, que demonstrou sem pudor, a imensa tarefa que todos nós temos enquanto cidadãos. Em compensação, houve escolas que emocionaram ao demonstrar que é possível ter uma escola pública de qualidade, que busca, que faz e que estimula a criançada a encontrar seu lugar no mundo e construir seu próprio Futuro. São instituições que contam com o apoio da comunidade, que tem seu espaço garantido entre pais, familiares e vizinhos da escola. Sempre que isso acontece, encontramos espaços alegres e animados onde os alunos se esforçam por mostrar que eles não são apenas personagens passivos do processo, mas gente disposta a aprender, empreender e seguir adiante. Quem acredita que isso é possível, não importa de onde venha, sabe muito bem para onde vai. E chega lá.


  Assim que, um grande "muito obrigada" à Secretaria de Educação de São Leopoldo, na pessoa da professora Juraci. Vocês me deram, no final de 2013, a oportunidade de fechar com o coração batendo forte, um ano que foi muito, muito bom. Valeu!

Finalmente!

A minha visita à Escola Estadual Victor Issler aconteceu em novembro de 2013, mas começou em...outubro! É que o primeiro dia que eu tinha marcado com essa escola, foi marcado por vários problemas que começaram com um temporal violento e uma descarga elétrica que parou o Trensurb, e uma bomba d'água que inundou e parou a BR 116. Simplesmente, não havia como chegar à Porto Alegre!
Então, a visita ficou marcada para novembro. E que bom, porque tivemos um dia simplesmente maravilhoso, de sol pleno, um certo calor e muita tranquilidade.
Mesmo com um calendário apertado, por causa das comemorações de aniversário, a escola se deu ao trabalho de refazer a decoração original, que tinha preparado para me receber no mês anterior. Foi muito legal!
Para o bate papo, a garotada foi chegando, meio tímida, meio arteira, e fomos todos acomodados na sala de dança, um salão lindo, de chão de madeira e uma parede com espelhos, tudo o que uma professora de dança sonha. Me senti em casa!  Foram dois momentos de conversa muito legais, que valeram a espera, pelo menos para mim. Dê uma olhadinha nas imagens!

Hora dos autógrafos de uma conversa mais de perto   

Pose para a foto

Preparação para o bate papo

Um dos muitos trabalhos recuperados para a visita

Recepção de primeira

Sempre especial

Para mim, a Feira do Livro de Porto Alegre sempre é especial. Venho participando dela há vários anos, e cada vez vou me sentindo mais em casa. A cada edição, eu conheço um punhado de gente nova, e a cada edição reforço laços feitos de carinho e competência. E a cada ano, encontro velhos amigos, gente que fazia parte da minha vida e gente de cuja vida eu fazia parte sem saber.
Este ano a 59ª Feira do Livro de Porto Alegre espalhou-se por vários espaços alternativos do centro, já que o Cais do Porto estava de reformas e não foi possível usufruir da paisagem sempre maravilhosa do Guaíba (o que foi um "bem feito", para mim, que reclamei quando a Feira dividiu seu espaço, deixando a área infantil no Cais e a área adulta na Praça da Alfândega). Assim o primeiro evento foi a inauguração da exposição de trabalhos referentes ao projeto Tecendo Histórias, da 1ª CRE no Museu Hipólito José da Costa. Foi um momento muito legal, em que o museu, geralmente tranquilo e meio sisudo, recebeu uma turma de alunos e duas contadoras de histórias maravilhosas, que deram brilho e colorido à celebração.
Outro momento especial foi o bate papo com alunos, realizado no espaço de palestras de Livraria Paulinas, há mais um menos uma quadra da praça. Foi a minha oportunidade de apresentar o projeto "Sóis da América" tanto para as turmas, que acompanharam a apresentação de imagens referentes ao primeiro e ao segundo volumes, quanto para a própria Feira, já que em 2014, pretendo fazer o encerramento do projeto dentro da programação da 60ª Feira do Livro. E foram muitos encontros, palestras e assisti e até que tive a oportunidade de apresentar. Ah, não posso esquecer: o Colégio Estadual Floriano Peixoto apresentou a segunda e última parte do curta "Os Gênios do Museu", baseado (o final) no texto de Eros Corrêa, e que fez parte do projeto Tecendo Histórias (assista ao vídeo final clicando AQUI). Foi bem à sombra do Museu, um momento realmente encantador.
Agora, o evento sobre o qual realmente estavam todas as atenções foi o Desafio Lord Byron, organizado pela Feira com a coordenação de Duda Falcão e acolhido de braços abertos pela Biblioteca Pública do Estado. O evento previa reunir um grupo de escritores do gênero Fantástico durante uma noite, nas dependências da Biblioteca, para escrever... contos fantásticos. O resultado dessa noite muito divertida e mágica será apresentado ao público na 60ª Feira do Livro de Porto Alegre, com a publicação de um volume com os trabalhos. Foi um evento internacional, com escritores da Argentina, França, Portugal, EUA, e do Brasil. Tirei quilo de fotos mas, infelizmente, só vou poder mostrar algumas para vocês.  Tem uma crônica que escrevi logo após o evento no blog Porteira da Fantasia (para visualizar a crônica "A biblioteca, à noite", clique AQUI). O encontro terminou o dia seguinte, com uma série de palestras das quais pude participar em companhia de Felipe Castilhos, Christopher Kastensmidt e Duda Falcão. Nossa mesa redonda focou especialmente a presença do Folclore na produção atual da Literatura Fantástica no Brasil
E foi isso... e muito mais. Confira as imagens e visite os links. Você vai gostar.


Algumas das participantes da inauguração da mostra de obras
produzidos pelos alunos do projeto Tecendo Histórias, da 1ª CRE

O encontro com os alunos no auditória da Livraria Paulinas

O grupo de escritores do Desafio Lord Byron, na escadaria da Biblioteca Pública do Estado. Bem à direita, embaixo, Luiz Augusto Fischer, patrono da 59ª Feira do Livro de Porto Alegre, que nos honrou com a sua presença
A mesa redonda sobre a presença do Folclore na Literatura Fantástica Brasileira de hoje

Sessão de autógrafos da coletânea "Ficção de Polpa: Aventura!" da Não Editora
Alguns dos integrantes da equipe de organização e apoio daFeira do Livro de Porto Alegre: incansáveis

Música no coração

Minha primeira ida à Nova Hartz, este ano, foi uma visita à Escola Estadual de Ensino Fundamental Germano Hessler. Foi uma visita muito calorosa, em uma escola repleta de crianças sorridentes, inteligentes e interativas, com um pátio cheio de árvores e um campo lindo no terreno nos fundos da escola. Um lugar ideal para a gente respirar profundamente.
A criançada e os professores prepararam uma visita e tanto. Foram lidos As asas do dragãoUm vulto nas trevas, Contos do Sul e Um rio pelo meio. Além de conversar com os alunos dos turnos da manhã e da tarde, tive a oportunidade almoçar com eles e depois ler As asas do dragão para um grupo, na hora da sesta. Eu até perguntei se eles não estavam enjoados da história, que eu sabia ter sido bem trabalhada pelos professores. As crianças disseram um categórico "não" à minha dúvida.Foi muito lega. Fazia anos que eu não contava histórias assim, oralmente, então foi muito bom ter esse momento tão delicado. Algumas crianças cochilaram, outras aproveitaram aqueles momentos para conversar um pouco mais. E depois, no bate papo da tarde, eles me brindaram com um rap feito por eles mesmos, cantado em coro para toda a escola. Baita homenagem! Além dos muitos trabalhos e do carinho de todo mundo, poder voltar para casa como tema de canção é, no mínimo, muito, muito bom. É uma carinho especial, que se guarda no coração.

 Este é o trabalho feito sobre o livro Um vulto nas trevas

A hora dos autógrafos, também é o momento
de aproveitar e bater 
um papo mais pessoal

Olha a galera, aí, gente!

Apresentação do coral infantil

Alguns dos muitos trabalhos realizados pelos alunos da EEEF Germano Hessler.
Este é sobre o conto A Cisterna do livro 
Contos do Sul